Os dois países possuem pontos fortes e oportunidades que podem ser desenvolvidas na agroindústria
Análise feita pela Agri Stats identificou que a avicultura brasileira perde em eficiência se comparada com o setor nos Estados Unidos, mas apresenta custo de produção mais baixo. Devido à atuação nos dois mercados, a consultoria avaliou ainda que os norte-americanos destacam-se ainda em produtividade, enquanto que, no Brasil, o excelente controle sanitário é reconhecido em todo o mundo.
“O foco na eficiência e na produtividade são impressionantes nos Estados Unidos. Eles aproveitam a disponibilidade de tecnologia, como a automação, para conquistar bons indicadores de produtividade, já que a mão de obra tem custo elevado. Contudo, no Brasil, a sanidade animal é exemplo. O País está livre de doenças, como Influenza Aviária, o que facilita o acesso a muitos outros mercados”, explica o gerente-geral da Agri Stats Brasil, Geraldo Broering.
De acordo com o levantamento da consultoria, os dois países possuem pontos fortes e oportunidades que podem ser desenvolvidas na agroindústria. Os Estados Unidos têm mais eficiência em eletricidade e gás, com custos mais baixos, além de maior produtividade nos abatedouros. “A infraestrutura do país também é diferenciada. Eles possuem portos, trens e estradas que proporcionam mobilidade e redução de custos no transporte de grãos e carne processada”, comenta Broering. Já no Brasil, o valor pago pela mão de obra é uma vantagem. Enquanto os americanos recebem R$ 59,00 pela hora trabalhada, os brasileiros ganham R$ 13,30, em média.
Ainda segundo a metodologia da Agri Stats, o frango vivo na plataforma do abatedouro custa R$ 2,42 o quilo no Brasil. Em abril do ano passado, o valor era de R$ 2,02 o quilo, para aves com peso de 2,850 kg. “Se compararmos os dois anos, o custo subiu R$ 0,40”, explica o gerente-geral. Nos Estados Unidos, o valor do frango vivo é de R$ 2,98 o quilo, custo ainda mais baixo que o norte-americano. O cálculo avaliou ainda o custo do pintinho de um dia, o custo da granja, o custo alimentar e os demais gastos envolvidos no processo de produção deles.
Para Broering, o Brasil precisa de um plano de investimento em infraestrutura para reduzir seus custos com transporte e melhorar a competitividade. “É preciso cortar gastos para equilibrar as contas públicas que impactam diretamente na inflação, no dólar, no índice de desemprego e na queda do poder de compra. Só assim teremos maior representatividade no mercado”, avalia.